Bom, parabéns por ter chegado até aqui! Todos que começam “o caminho” dos investimentos financeiros sabem como o início é difícil, porém muito mais realista do que imaginamos. O primeiro passo para investir é ter capital, e este é o ponto de maior sacrifício para os iniciantes, mas se você já aprendeu como economizar dinheiro quando se ganha pouco, então você já deu o primeiro grande passo. Agora, basta focar nos seus objetivos e colocar seus planos em prática. Vamos buscar um investimento mais atrativo? Vamos para o Tesouro Direto?

Você passou a etapa de organizar suas finanças, viu como como investir no Tesouro Direto e agora vai ver quanto rende este investimento. Mas primeiro, relembramos alguns pontos:

  • Alinhe seu investimento com seus objetivos: é muito importante você definir, principalmente, quanto tempo você poderá deixar este dinheiro investido. Isso impacta na escolha do título e na tributação. Aplicar o dinheiro que será necessário para quitar um imóvel antes do vencimento, por exemplo, precisa de uma atenção especial. Aqui é preciso garantir o valor do dinheiro e não ficar exposto a volatilidade desnecessária;
  • Alinhe seu investimento com seu perfil: você é ansioso? Olha o saldo dos investimentos todos os dias? Não consegue nem imaginar seu investimento perdendo valor no curto prazo, mesmo que a taxa esteja acordada para o vencimento? Não invente a roda, vá para o que te deixe mais seguro e confortável. Ganhar dinheiro é muito bom, mas dormir tranquilo é melhor ainda;
  • Faça uma pesquisa para escolher sua corretora de valores: além de buscarmos uma corretora que irá atender as nossas necessidades (plataformas de negociação e atendimento online e por telefone, por exemplo), precisamos nos preocupar com as taxas de administração e com as taxas de transferências bancárias realizadas. Caso sua corretora utilize outro banco que não é o seu, pequenas remessas de recursos podem ser prejudicadas. Além disso, existem corretoras que não cobram taxas de administração, o que pode fazer uma grande diferença no valor final do seu investimento;
  • A taxa de custódia, no valor de 0,30% a.a., é cobrada pela B3 (antiga BM&FBOVESPA) e não existe possibilidade de negociação ou transferência para outra custodiante;
  • As alíquotas de IR serão:
    • 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias;
    • 20% para aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias;
    • 17,5% para aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias;
    • 15% para aplicações com prazo acima de 720 dias.

Qual a rentabilidade dos Investimentos no Tesouro Direto?

Feito, vamos ao que interessa! Quanto irá render meus investimentos? Como algumas rentabilidades são pós-fixadas (as taxas são definidas após o investimento, podendo ter uma variação), como o Tesouro IPCA+ (atrelado a inflação) e o tesouro SELIC, vamos projetar uma taxa para podermos fazer os comparativos. Lembrando que são simulações de taxas variáveis e não representam sugestão de investimentos.

 

Note que utilizamos taxas fixas para facilitar o entendimento do comparativo. Porém, as taxas não irão se comportar assim durante todo o período de investimento, principalmente nos de longo prazo. É preciso tomar cuidado! Procure um acompanhamento profissional e muito conhecimento, sempre. Lembre-se: quando falamos de investimentos, estamos falando de futuro, de projeções. Olhar para frente é primordial e será a diferença entre fazer um ótimo ou péssimo investimento.

Cenário econômico analisado, valor a ser investido e prazo para investimento definidos. Agora podemos olhar os títulos e as taxas de investimentos oferecidas. Essas informações estão na seção de preços e taxas dos títulos, no próprio site do Tesouro Direto.

Os títulos e as taxas de investimentos oferecidas

As taxas para nossa simulação são:

  • Tesouro IPCA+: 5,50% a.a. + IPCA (4,00% a.a.);
  • Tesouro pré-fixado: 10,60% a.a.;
  • Tesouro Selic: 0,03% a.a. de deságio, ou seja, Selic – 0,03% a.a.;

Com isso, teremos os seguintes resultados:

 

Neste cenário, podemos notar que o melhor título seria o tesouro pré-fixados (LTN), com um valor líquido a ser resgatado de R$ 1.818,41, gerando 81,84% de rentabilidade ou 8,93% ao ano de taxa efetiva. Mas novamente: cuidado em alinhar objetivos e perfil. O título pré-fixado é um dos mais voláteis do Tesouro Direto. Se você precisar resgatá-lo antes, terá que absorver essa volatilidade, positiva ou negativa. E está rentabilidade está considerando este cenário, a mudança em qualquer indicador pode afetar as rentabilidades dos títulos.

No gráfico, abaixo, podemos notar a evolução dos investimentos ao longo do período, comparando-os com o CDI.

 

É possível identificar que os títulos que pagam cupom geram um rendimento menor que os com resgate de todo o principal no vencimento (comparação ente as mesmas series de títulos). O motivo é simples, como o resgate é feito em partes temos um valor menor para capitalizar de juros. Quanto menos dinheiro aplicado menor o valor final, perdendo assim a força dos juros sobre juros.

 

A importância de olhar o cenário econômico antes de Investir no Tesouro Direto

Vamos a alguns exemplos:

  • Queda de taxa Selic – com a baixa da taxa básica de juros, o CDI irá diminuir praticamente na mesma proporção, ou seja, o título pré-fixado, que teve sua taxa contratada no investimento, se tornará mais rentável em relação ao CDI;
  • Perspectiva de alta na inflação – com o aumento do IPCA, os títulos atrelados à inflação irão gerar um rendimento maior, por conta de sua parte pós-fixadas. Em contrapartida, os títulos pré-fixados serão prejudicados por não acompanharem as altas;
  • Cenário com um grande grau de incerteza ou possibilidade de resgate antecipado – caso você queira diminuir seus riscos de volatilidade, o ideal será o Tesouro Selic. Ele irá a acompanhar a taxa SELIC, que muda a cada reunião do COPOM.

Caso você queira fazer outras simulações, com indicadores e taxas diferentes, utilize o simulador que existe no site do Tesouro Direto.

Veja que existem vários pontos para acompanhamento, alguns deles simultâneos e que se afetam, então não pare por aqui! Leia, estude muito, faça cursos, vá a encontros de investidores e, principalmente, procure profissionais experientes de confiança para auxiliá-lo. Em um futuro, não muito distante, você irá colher todos os frutos do seu esforço e ter todos seus objetivos financeiros alcançados. Novamente, parabéns por ter chegado neste ponto! Você já está acima da média em relação a educação financeira dos brasileiros.


Alexandre Ferreira

Fundador do site Vou Investir na Bolsa, Pós-Graduado em Finanças pelo IBMEC e apaixonado por Empreendedorismo e Bolsa de Valores.

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