Quem já entendeu que para conseguir uma reserva e conquistar os objetivos não basta controlar os gastos e poupar sabe que deixar o dinheiro parado não faz bem para a saúde financeira. Para ver o patrimônio crescer e conquistar a independência financeira é preciso investir. E uma das principais aplicações que deve fazer parte da sua carteira é o Tesouro Direto.

Conseguir uma boa aplicação que lhe renda bons juros não é tão simples quanto separar um dinheiro e comprar algum título. Quem quer se tornar um investidor de sucesso precisa saber onde, quando e como aplicar seu dinheiro para conquistar os melhores rendimentos.

É por isso que hoje falaremos sobre como investir no Tesouro Direto. Essa aplicação de renda fixa é tão segura quanto a poupança, com a vantagem de apresentar rendimentos ainda melhores ao investidor que souber aplicar nela.

Se interessou? Continue lendo e aprenda tudo que você precisa saber sobre Tesouro Direto para conquistar ótimos retornos com esse investimento!

Para começar, o que é Tesouro Direto?

Antes de mais nada, é preciso entender do que se trata o investimento em si. Você não encontrará nenhum investidor de sucesso na bolsa que não saiba te dizer, mesmo que da maneira mais simples, como o mercado de ações funciona. Quem quer dominar seus investimentos, precisa primeiro entender o mecanismo pelo qual as instituições captam o seu dinheiro e o fazem trabalhar para você.

Assim como qualquer um de nós, o governo federal também precisa de recursos para pagar suas dívidas e realizar investimentos. Embora a carga tributária brasileira seja uma das mais altas do mundo, o governo ainda precisa realizar empréstimos para quitar suas dívidas.

Esses empréstimos não são concedidos apenas por instituições financeiras, como o FMI, mas também por pessoas físicas, como eu e você, e é aí que entra o Tesouro Direto.

Isso mesmo! Você pode emprestar dinheiro ao governo e o Tesouro Direto é a forma pela qual essa transação acontece. Ele é uma plataforma onde você pode comprar os títulos públicos, que nada mais são do que uma carta de crédito concedido ao governo. E, como todo empréstimo, ao final do prazo os títulos públicos lhe renderão uma porcentagem de juros mais o valor emprestado.

Aplicar no Tesouro Direto é arriscado?

Todo investimento tem seu risco. Mas quanto maior o risco, maior a rentabilidade buscada pelo investidor. Para atingir esse fim, a gente acaba investindo em aplicações com as maiores possibilidades de lucro. Da mesma forma, quanto menor a possibilidade de perder dinheiro, menores os ganhos esperados.

O Tesouro Direto é considerado uma aplicação de renda fixa. É possível saber no momento que é feita quanto você terá até o fim do período investido, o que significa que ele possui um risco baixo.

Além disso, o risco de crédito, ou seja, a possibilidade do emissor não honrar o pagamento, é bem baixa. O emissor dos títulos é o governo e, por mais que estejamos passando por um período de recessão na economia, a possibilidade do governo federal quebrar é praticamente nula.

Isso significa que o Tesouro Direto é um investimento ruim? Não. É claro que, por ser uma aplicação de renda fixa, ele não vai te proporcionar chances de ganhos estratosféricos como a bolsa de valores, que é um investimento de renda variável. Contudo, os títulos públicos são uma ótima forma de diversificar sua carteira com um rendimento seguro e estável.

Como posso investir no Tesouro Direto?

Uma grande vantagem do Tesouro Direto é que investir por meio dessa plataforma é bem simples. Qualquer pessoa com um dispositivo com acesso à internet pode fazer isso, e abaixo vamos te explicar 7 passos para você começar. Acompanhe:

  1. Entre em contato com uma corretora de valores (também chamada de agente de custódia) ou um banco autorizado e abra sua conta. Você pode consultar quais são as instituições autorizadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) acessando este link.
  2. Com o cadastro realizado, você receberá por e-mail uma senha de acesso para acessar a plataforma do Tesouro Direto. Dentro dela, você poderá negociar os títulos, além de consultar seu saldo e extrato. Algumas instituições são o que chamamos de “agente integrado”, permitindo que a compra e venda de títulos seja feita diretamente pelo site.
  3. Conheça os tipos de títulos disponíveis. Basicamente, eles se dividem em três opções: pré-fixado, quando a taxa de juros é definida no momento da compra, pós-fixado, quando os juros são corrigidos em relação a um indexador, como a taxa Selic, ou híbrido, uma mistura dos outros dois.
  4. Observe quais títulos estão disponíveis para compra e escolha os que melhor se encaixarem na sua estratégia. Todo título possui um vencimento, que é a data onde você receberá o valor investido de volta. Você pode optar por títulos com cupons, que pagam os juros de 6 em 6 meses até a data de vencimento (veja neste link quais são as datas para pagamento de juros semestrais de cada título), ou sem cupom, que pagará o valor da compra + os juros somente na data de vencimento. A escolha entre um e outro vai depender do que você quer com sua aplicação e dos seus objetivos, por isso se atente a defini-los antes de começar a investir.

Operacionalizando a compra de um título

  1. Os títulos são vendidos em porcentagens, ou seja, é possível comprar apenas 1% de um título, contudo que esse valor seja superior a R$ 30,00. Ou seja, se um título custa R$ 1000,00, 1% dele é equivalente a R$ 10, e você só poderá comprar então um mínimo de 3% desse título. O site do Tesouro Direto também disponibiliza um planejador financeiro que te auxilia na escolha dos títulos mais adequados.
  2. Após a confirmação da compra, você será informado de uma data limite para depositar o valor na conta da corretora ou banco com o qual fez cadastro.
  3. Quando o título vencer, você receberá o valor da compra + os juros totais (no caso do título sem cupom) ou o valor da compra + o restante dos juros (no caso dos com cupom) na conta da corretora ou banco. O pagamento é feito sempre a partir das 13h00 do dia do vencimento. Como é possível comprar títulos a qualquer momento, você também poderá vendê-los antes do vencimento. Quem optar por essa estratégia, deve ficar atento à inflação e às mudanças na economia, pois o valor de um título pode variar de acordo com elas.

Quais são os principais títulos disponíveis?

Os títulos são identificados por siglas e os preços e remunerações pagas por cada um podem ser consultados na própria página do Tesouro Direto. Existem 5 títulos mais famosos, sendo eles:

Tesouro Selic (LFT)

Título pós-fixado, cuja variação dos juros está atrelada à taxa básica de juros da economia, Selic. Ótima opção para curto prazo, esse título é interessante principalmente em momentos de inflação, com a taxa Selic em alta.

Tesouro Prefixado (LTN)

Título pré-fixado, cuja rentabilidade já é conhecida no momento da compra. É preciso cuidado com esse título caso você queira vendê-lo antes do vencimento. Isso porque se a taxa de juros subir, você pode acabar perdendo dinheiro com a venda antecipada.

Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)

Título pós-fixado sem pagamento de juros semestrais, indexado à inflação. O valor desse título é atualizado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Boa opção para quem quer receber renda corrigida pela inflação.

Tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B)

Versão do Tesouro IPCA+ (título pós-fixado com juros atrelados à inflação) com pagamento de juros semestrais. Ou seja, aqui há a distribuição de cupons e se você comprou um título desse, receberá semestralmente um valor na sua conta.

Tesouro Prefixado com juros semestrais (NTN-F)

Versão do Tesouro Prefixado com distribuição de cupons para pagamento de juros semestrais. Por também se tratar de um título pré-fixado, aqui também é preciso cuidado caso você considere vendê-lo antes do vencimento.

Como funcionam os títulos com cupom de juros?

Como falado, o pagamento do valor investido pode ser feito de duas maneiras:

  • Uma única vez, no vencimento: se você emprestar ao governo federal R$ 10.000,00 com uma taxa de juros de 8% a.a. com vencimento em um ano, você receberá (sem descontar o imposto de renda e outras taxas) o valor de R$ 10.800,00;
  • Em parcelas semestrais: considerando a mesma situação do exemplo anterior (R$ 10.000,00 em títulos com cupom de juros com a mesma taxa de juros de 8% ao ano e vencimento no ano seguinte), passados 6 meses você receberá os juros sobre o valor total emprestado até aquela data, ficando para o vencimento o pagamento dos R$ 10.000,00 mais os juros restantes.

Quais os custos de operação envolvidos?

Sem dúvidas, o Tesouro Direto é uma aplicação bastante atrativa para diversificar a carteira, visto que ele te oferece riscos baixos a um custo também baixo. Além do investimento mínimo ser pequeno, os custos envolvidos na negociação dos títulos públicos não são altos, sendo eles:

  • Taxa de custódia: cobrada pela Bovespa sobre o valor do título. Essa taxa se refere aos custos dos serviços de guarda e de informação e movimentação dos saldos;
  • Taxas dos agentes de custódia: essas são as taxas cobradas pelas corretoras e bancos, que poderá variar para cada instituição. É possível consultar no site do Tesouro Direto as taxas cobradas por cada corretora e escolher a melhor opção. Para saber mais detalhes das taxas basta clicar aqui.

Como funciona a tributação sobre os ganhos do Tesouro Direto?

Alguns investimentos são isentos de imposto de renda, como as LCIs e LCAs, contudo, o Tesouro Direto não faz parte desse grupo, e a cobrança de imposto de renda nesse caso seguirá as seguintes regras:

  • 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias;
  • 20% para aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias;
  • 17,5% para aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias;
  • 15% para aplicações com prazo acima de 720 dias.

Caso você faça o resgate da aplicação com menos de 30 dias da compra, também haverá incidência de IOF.  

Como saber qual é o meu perfil e montar minha estratégia?

Como mencionamos anteriormente, é preciso se atentar à sua estratégia e aos seus objetivos para escolher os títulos e decidir se deve vendê-los antes do vencimento ou não. Algumas perguntas básicas podem te ajudar a definir qual é o seu perfil e, portanto, quais títulos deverá adquirir e quando.

A primeira delas tem a ver com a rentabilidade desejada. Escolha uma das opções abaixo:

  1. Prefiro saber exatamente quanto receberei no dia de vencimento do título;
  2. O mais importante para mim é ter um título que gere rendimento acima da inflação;
  3. Quero ter uma rentabilidade próxima a taxa básica de juros da economia (taxa Selic).

Se você  escolher a opção 1, os títulos indicados para o seu caso serão o Tesouro Prefixado com ou sem juros semestrais. Se escolher a opção 2, as sugestões de compra serão os Tesouros IPCA+. Caso escolha a opção 3, o Tesouro Selic será o título mais adequado.

O segundo passo é decidir como você quer receber o valor investido: com recebimentos periódicos para aplicar o dinheiro em outros investimentos ou para usufruir dele (A) ou receber tudo somente na data de vencimento (B).

Assim, será possível definir o título mais adequado, ficando da seguinte maneira:

  • 1A — Tesouro Prefixado com juros semestrais
  • 1B — Tesouro Prefixado
  • 2A — Tesouro IPCA+ com juros semestrais
  • 2B — Tesouro IPCA+
  • 3A — Não existe
  • 3B — Tesouro Selic

Pronto para começar a investir no Tesouro Direto? Veja o passo a passo para investir no Tesouro Direto, comece a se tornar um investidor de sucesso e conquiste sua independência financeira!


Alexandre Ferreira

Fundador do site Vou Investir na Bolsa, Pós-Graduado em Finanças pelo IBMEC e apaixonado por Empreendedorismo e Bolsa de Valores.

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